• Na Brasília do Marcio Ehrlich, por Toninho Lima

    Toninho Lima

    O terceiro convidado de hoje, para contar sua história com o Colunistas – e com o Marcio Ehrlich, coordenador nacional do Prêmio por décadas – é Toninho Lima, redator estratégico sênior da NEXT.

    Publicidade

    “Eu era um jovem e afoito criativo, naqueles longínquos anos 1970. Lembro de ter ligado uma certa tarde para o Marcio e ter despejado um balde de impropérios a ele por conta de uma nota na sua coluna sobre mim. Eu tinha assumido, pela primeira vez na vida, a direção de criação na Oliveira, Murgel. Vaidoso, empolgado, liguei para o Marcio e dei a notícia, em primeira mão. No dia seguinte, desci acelerado para comprar o jornal e abri direto na página da Janela Publicitária. Lá estava: “Toninho Lima nos liga para contar que é o novo diretor de criação na Oliveira, Murgel.” Claro que eu não queria que soubessem que fui eu quem ligou para o colunista. Mas tudo acabou, como sempre, em gargalhadas.

    Em outra ocasião, Marcio me tirou de uma situação horrorosa, que envolvia ninguém menos que o patrono do Clube de Criação do Rio de Janeiro, seu fundador, aliás. José Monteserrat proferia seu discurso em um evento que envolvia as eleições para o novo presidente do Clube. Eu estava engajado na campanha do candidato de oposição: Carlos Pedrosa. Interrompi o seu discurso para discordar veementemente de uma afirmação qualquer que ele fazia. Imediatamente senti a mão do Marcio me apertando o ombro. Ele simplesmente me tirou do local, me enfiou no banco do carona em sua Brasília e me levou com ele até a sede da Tribuna da Imprensa, o jornal que publicava a Janela. Ele ia entregar o material da coluna e aproveitou para me tirar do sufoco de enfrentar o ícone máximo do CCRJ em um debate, claramente entre David e Golias.

    As notas envolvendo meu nome na Janela Publicitária foram praticamente a minha biografia. Marcio sempre jogou luz sobre os meus feitos. Não sei desassociar minha carreira da sua constante disposição de me destacar, me apoiar e, de certa forma, como ficou provado no episódio do CCRJ, me proteger. Perdia a contas de quantas vezes fiz parte dos júris do Colunistas Rio. Sem contar os júris regionais, em que ele sempre dava um jeito de me incluir. Uma das mais relaxantes e divertidas viagens que fiz à Bahia foi como jurado do Colunistas por lá. O auge da viagem mesmo foi vivenciar, na companhia do Fabio Seidl, as emoções de nos perdermos com o nosso tresloucado motorista (o Marcio, claro) nos cafundós do Curuzu, um bairro distante em Salvador. Terminamos a noite, depois do pânico, em um jantar delicioso à beira da Baía de Todos os Santos.

    Marcio escreveu, sem exagero, a história da publicidade carioca. Criou e consagrou muitos dos nomes que brilharam nas agências do Rio. Somos muitos os seus protegidos, ungidos, destacados e privilegiados por sua preferência e generosidade.

    Que o nome dele siga sendo sinônimo de luta, de respeito, de dedicação à valorização dos profissionais e do mercado carioca. Que sua trajetória siga além de sua vida. E sei que podemos contar com a Renatinha querida para que isso seja cumprido.

    Publicidade

    Renata Suter

    Jornalista

    Envie um Comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


    Discussão

    1. Toninho Lima

      Mais uma vez me vejo publicado na Janela Publicitária. Fico feliz de saber que ela segue viva, atuante, nos trazendo notícias do mercado que o Marcio Ehrlich, certamente, ajudou a fortelecer.

    seta